Imprima com responsabilidade. AFPESP empresa parceira do meio ambiente.
Homenagem
br.freepik.com
Uma história de desafios, lutas e muitas vitórias dos servidores públicos.
A Unidade Regional de Santos realizou, em 22 de outubro, uma recepção especial e um almoço para homenagear os associados há mais de 50, 60 e 70 anos. Em evento realizado na sala Orquídea, do Hotel Parque Balneário, cada um deles recebeu um boton comemorativo. Os homenageados fazem parte da história da AFPESP e, para conhecer um pouco sobre sua trajetória pessoal, a Nova Folha do Servidor Público entrevistou um dos associados mais antigos e um dos funcionários em atividade há mais tempo.
Germano Fachini nasceu sete anos antes da criação da AFPESP, no município de Casa Branca. Lá ele concluiu a Escola Normal (que formava professores habilitados a lecionar no ensino elementar) e o Tiro de Guerra, indo para São Paulo pouco depois, por volta de 1943. Ficou alguns meses em São Paulo aguardando a nomeação para a escola onde daria aulas. Ele havia conhecido a cidade de Santos e optou por dar aulas lá, onde morou até 1945. No ano seguinte, mudou-se para a capital paulista, onde continuou dando aulas. Com aptidão para o desenho, Germano foi transferido para a área da Saúde do governo do Estado de São Paulo para colaborar com cartilhas informativas, mas logo voltou ao ensino e, em 1946, foi aprovado em concurso para ser professor do ensino secundário (atual Ensino Fundamental).
Em 30 de novembro daquele mesmo ano, ele se associou à AFPESP e, hoje, destaca a importância que essa iniciativa representou à época. “O salário do professor era uma vergonha e houve um movimento geral da classe pela melhoria. Eu tinha colegas que estudaram na USP (Universidade de São Paulo) e recebiam muito mal. Outros que sabiam falar inglês, francês e alemão. Então, a associação foi muito importante para resolver isso”, diz Germano. Ainda em 1946 ele se mudou para Jaú, onde continuou sua missão como professor. Passou também a dar aulas de desenho técnico (então denominado desenho pedagógico) para alunos que necessitavam de noções de geometria, a fim de ingressar em instituições como a Escola Politécnica da USP, um dos mais disputados cursos de Engenharia do país.
No início dos anos 1950, Germano colaborou com o desenho do projeto de reforma da Paróquia de São Sebastião, em Jaú. A igreja, fundada em 1883, precisava ser ampliada em razão do aumento no número de fiéis, um projeto que exigiu criatividade por causa de sua localização. “Como o terreno é muito inclinado, eu dei a ideia de fazer um edifício circular, até para se ajustar às características da praça onde está localizado. Não dava para fazer uma construção alongada, como era o estilo à época. Pensei nisso com base nos templos da Igreja Ortodoxa Grega, em que os fiéis ficam ao redor de um altar central.” Ele fez os desenhos do projeto para aprovação do bispo, e a execução ficou à cargo do engenheiro Adonis Maitino. As obras começaram em 1954 e foram concluídas dez anos depois.
Germano sempre sentiu orgulho de ser professor de desenho, uma área de que gosta muito. E foi recompensado pelos alunos em 2008 quando, já aposentado, o homenagearam com a exposição de seus trabalhos em aquarela. Ele sempre se lembra do quanto a atuação da AFPESP foi importante para os servidores públicos e que ficava admirado com os cursos oferecidos, como o de pintura, de datilografia e de desenho. “Eram bons cursos, com bons professores”. Hoje, perto de completar 97 anos (o aniversário será em 30 de novembro) com saúde, e casado com sua esposa Alzira, ele está feliz com tudo que conquistou.
Uma carreira de dedicação e sucesso na AFPESP
Edgard Alves Nascimento é um dos mais antigos funcionários da AFPESP ainda em atividade. No início dos anos 1980, ele trabalhava no Fórum do Guarujá, no 2º Ofício Cível, quando soube da vaga disponível na associação. Ele começou trabalhando com serviços de escritório, na parte administrativa e no atendimento a novos associados. Mal completou dois meses e assumiu um cargo no almoxarifado. Em 1985 foi promovido a subgerente, função que exigiu que viajasse para diversas unidades de lazer, a fim de cobrir férias dos gerentes. Assim, a cada mês conhecia uma unidade. Nesse mesmo ano, ele se casou e se tornou pai, passando a levar a família nas viagens que fazia.
Mais tarde, Edgard assumiu a gerência do Clube de Campo e Náutica — CCN Guarapiranga, onde trabalhou e morou por quase um ano (desapropriado pela Prefeitura de São Paulo, em outubro de 2016). Depois foi transferido para a Unidade de Lazer AFPESP Guarujá, com o objetivo de acompanhar o início das obras. Gostou tanto dessa experiência que decidiu estudar Engenharia Civil, decisão que recebeu grande incentivo do presidente da AFPESP à época. Naquela mesma UL, Edgard coordenou a construção de uma Estação de Tratamento de Água (ETA), o que acabou refletindo na redução do consumo de água da UL e, consequentemente, na sustentabilidade ambiental. O projeto teve tanto sucesso que ele foi o responsável pela instalação e manutenção de estações em várias outras unidades.
Em 2015, Edgard foi convidado para ser o gerente da Unidade de Lazer AFPESP Maresias, que, assim como as demais, fechou temporariamente em 2020 em razão da pandemia do novo coronavírus. Quando o atendimento aos associados começou a se normalizar, ele foi para a Unidade de Lazer AFPESP Ubatuba e também acompanhou as obras da Fazenda Termas de Ibirá, a nova unidade de lazer que será inaugurada em breve.
Edgard hoje está aposentado, mas continua se dedicando à associação e não pensa em parar de trabalhar enquanto tiver saúde, energia e disposição. “Foi um período muito bom. Conheci muitas unidades, suas características e modelo de trabalho. Temos o retorno da associação, que acredita bastante no potencial dos profissionais que trabalham nela e isso é muito gratificante”, declara.
Atualmente, ele é gerente da Unidade de Lazer AFPESP Peruíbe II. “A unidade está brilhando!”, diz ele com orgulho e sempre pronto para novos desafios. Aos 62 anos, Edgard vai para casa, no Guarujá, aos fins de semana para ficar com a esposa e os filhos. “Não me vejo parando de trabalhar. Enquanto eu tiver condições, continuo na AFPESP. E, se um dia eu parar, serei sempre muito grato. A associação me deu uma vida inteira”, diz com alegria.